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Atualmente, simpatizantes e revisionistas do nazismo se utilizam da existência de islâmicos nas fileiras do exército de elite do Hitler, a Waffen-SS, como prova irrefutável de que não havia racismo na Alemanha durante esse período, que na verdade isso foi uma propaganda dos Aliados para caluniar Hitler e o nazismo.

A 13º Divisão de Montanha da Waffen SS Handschar foi a maior das 38 divisões da SS.Seus mais de 21 mil homens eram compostos quase exclusivamente de bósnios islâmicos recrutados na Bósnia, que na época fazia parte da Croácia. A palavra Handschar quer dizer cimitarra no idioma local. A cimitarra é uma espada de lâmina curva originária de Pérsia que virou símbolo do islamismo por ser uma arma amplamente utilizada por cavaleiros e cameleiros. A arma figura no escudo dessa divisão. Como esses islâmicos faziam parte da elite nazista? Agora, ao vivo, no History to Go. Não esquece de dar a curtida, de se inscrever e de apertar o sininho!

Mas quem eram esses adoradores de Alá que faziam parte das fileiras do exército de elite nazista? Primeiramente, devemos esclarecer que havia uma forte aliança entre o mundo árabe e o regime alemão da época. Mufti Hajj Amin al Husseni era um homem muito influente no mundo árabe e um grande aliado de Adolf Hitler. O grande Al Husseni inclusive incentivou o assassinato em massa de judeus que viviam no Norte da África e na Palestina, e desejava que as forças aéreas alemãs, a Luftwaffe, bombardeassem Tel Aviv.

Com a conquista da Croácia, que na época incluía a Bósnia-Herzegovina, muitos islâmicos começaram a fazer parte do Império Nazi em expansão. Esses croatas e bósnios-herzegovinos eram considerados pelo Reichsfuhrer SS Himmler descendentes de antigas tribos germânicas, logo, membros da raça superior ariana, assim como os austríacos, os alemães, os noruegueses, dentre outros.

Para integrar as Waffen-SS, era necessário corresponder aos “parâmetros raciais”, sendo irrelevante a religião. Esses muçulmanos foram intensamente encorajados pelo Al Husseni a se alistar nas divisões de elite do exército nazista, formando a 13º SS Handschar, que era exclusivamente composta por eles. Assim, os hitleristas esperavam ganhar um apoio ainda maior do mundo árabe e dos muçulmanos de todo o mundo.

E qual era o padrão racial e como ele foi estabelecido? É um erro grosseiro acreditar que as teorias de uma raça alemã superior surgem com o nazismo. É um evento mais antigo do qual os dirigentes futuros da Alemanha nazi vão se aproveitar.  Essas teorias surgem em um contexto histórico específico: de um lado, a ciência corroborava às teorias racistas que abundavam no século XIX e, de outro, o atraso das regiões que formariam a Alemanha de se unificar criaram uma hegemonia baseada na raça e não na política. As elites alemãs dos estados fragmentados que formariam o país utilizaram a esfera cultural comum – mitos, lendas e heróis antigos – para elaborar todo uma hegemonia baseada no “sangue nórdico superior”. E a pseudociência racista da época deu todo o apoio científico que era necessário. Homens como Ranke, Treitsche, Fritsch, von Luschan, von Ehrenfels, Gobineau, Ploetz e Schallmyer fizeram do ariano uma realidade facilmente adaptável às necessidades de um regime ao qual a seleção racial e a disciplina militar iriam permitir todo os excessos. 

A teoria da raça dos Senhores, ou seja, da “natureza que extermina os fracos em proveito dos fortes” é bem mais antiga que a ascensão nazista em 1933. Em 1871, Rudolf Virchow resolveu fazer um estudo para traçar o perfil fenótipo dos alemães esperando encontrar uma maioria de indivíduos loiros, de rostos compridos e afilados, olhos azuis e pele clara. Apenas os alemães do norte correspondiam, em maioria, ao perfil esperado pelos estudiosos racistas. E isso era um problema que o futuro chefe da SS, Himmler, iria encarar. A ordem que surgem em 1929, a Waffen-SS, é exatamente essa procura. Hans Gunther, teórico oficial do partido, estabeleceu o fenótipo necessário para esses homens: louro, alto, dolicocéfalo, rosto estreito, queixo bem desenhado, nariz fino e bem alto, cabelos claros e não cacheados, olhos claros e fundos e pele de um branco rosado. O mais engraçado que é que Himmler estava muito longe deste perfil. Na verdade, o seu estudo familiar chegou a conclusões embaraçosas: tanto húngaros quanto mongóis faziam parte da sua ancestralidade. Ele não correspondia a exigência de uma “pureza” que pudesse ser remontada a 1750. 

Sua solução era purificar a Alemanha com mulheres norueguesas que seriam “importadas”. Principalmente para a região bávara, onde o perfil da população era, no geral, mais baixo e com olhos e cabelos mais escuros.

Para os teóricos nazi, toda a raça germânica foi uma só no passado e se disseminou em anos posteriores. Logo, pessoas com o padrão procurado poderiam existir em outras partes do mundo, como descendentes de antigas tribos germânicas. E nessas regiões islamizadas nos balcãs, havia descendentes indo-europeus arianos. Aliás, era de conhecimento dos próprios alemães que o perfil genético que eles procuravam tinha chegado de regiões do Irã e da Índia em um passado remoto. Eles tinham tanto conhecimento dos indo-europeus que a escolha da suástica não foi a toa: é um símbolo indiano. 

Os homens da SS Handschar, como indivíduos desejados pelo regime alemão da época, eram chaves para uma “germanização” do mundo. Além de soldados, os homens dessa divisão eram vistos como machos reprodutores. Em todos os países conquistados, mulheres que tivessem um perfil genético agradável aos olhos alemães, eram raptadas e colocadas em locais para ter relações e filhos com homens da SS. Era uma maneira de promover a raça ariana nesses locais.