alertapromo.com

Nascida em 1868, casou-se jovem com um pobre pintor Juan Pujaló. Mas o casamento não durou muito. Em poucos anos, Enriqueta se viu sozinha no meio de Barcelona depois que Juan se cansou das muitas traições da jovem esposa. 

Passou a exercer inúmeros ofícios para se sustentar: babá, mendiga e prostituta. A jovem percebeu que a prostituição era um ramo que ponderia gerar grandes ganhos e, em 1909, abriu o seu próprio cabaré. Os rumos de Enriqueta a partir deste momento são sombrios: ela iria enriquecer explorando os desejos mais cruéis e imundos de seus clientes. 

Não faltavam crianças pobres em condições de extrema pobreza para Enriqueta explorar. E, com o argumento de cuidar delas, ela o fez. Com um bordel entupido de crianças que variavam de 5 até 15 anos, passou a andar em outros estabelecimentos procurando uma clientela cujo sadismo condiz com os parâmetros do seu negócio. E rapidamente começou a ganhar muito dinheiro e, inevitavelmente, acabou criando uma pilha de cadáveres entre as crianças que morriam pelas péssimas condições em que viviam junto com as fetiches cruéis que eram obrigadas a exercer. Na cabeça de Enriqueta isso era mais uma oportunidade para ganhar dinheiro.

Passou a confeccionar tônicos, remédios, elixires e pomadas supostamente milagrosas com a gordura, cabelo, sangue e osso das crianças que morriam. O medo da tuberculose – ou a ânsia de curá-la – fazia com que vários clientes comprassem suas mercadorias sem questionar onde esses itens peculiares eram obtidos. 

Em 1909, foi presa pela primeira vez acusada de administrar um cabaré infantil. Mas não ficou muito preso detida. A vampira de Barcelona, como ficaria conhecida, tinha uma extensa rede de pessoas poderosas como aliadas graças ao seu negócio de satisfação de desejos incomuns. E rapidamente foi solta.

Os jornais e a população começaram a ficar alertas pela quantidade de crianças que desapareciam todos os dias na cidade. Mesmo com as autoridades desacreditando os dados, os jornais locais passaram a alardear os números assustadores que não paravam de crescer. O sumiço da pequena Teresita Guitart foi uma espécie de gota de água: o medo e a indignação da população com as autoridades estava na tensão máxima.

Como o leitor já pode esperar, Teresita havia sido raptada pela Enriqueta. Minutos de descuido da mãe fizeram a experiente vampira atrair a criança e prendê-la em sua casa. Para não ser reconhecida, a criança teve os cabelos cortados e foi coagida a só responder que seu nome era Felicidade caso fosse perguntada. O cativeiro, porém, fracassou. Uma vizinha da Enriqueta viu a criança com olhos assustados e acionou a polícia. Não somente Teresita, mas outra criança que havia sido raptada da cunhada da vampira foram encontradas no apartamento 29 em Carrer Ponent. Foi necessário que a polícia interviesse para retirar a cafetina de sua residência em segurança para os interrogatórios, pois a população soube do ocorrido e se aglomerou na frente da sua residência buscando sangue. 

As fortes inconsistências nos relatos de Enriqueta levaram a mais investigações na residência da vampira e fortes evidências foram encontradas: restos de sangue, ossos humanos e vestidos e perucas de luxo foram encontrados. Investigações em casas anteriores da vampira levaram a mais provas, inclusive o crânio de uma criança de apenas 3 anos e toda a sua ossada escondida em uma parede falsa. O público exigia que a cafetina fosse enforcada em praça pública, mas isso nunca ocorreu. 

Em 12 de maio de 1913, depois de Enriqueta fracassar em cometer suicídio ao cortar os próprios pulsos, a Vampira de Barcelona foi linchada e espancada até a morte por seus companheiros de cela.