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As obras clássicas ainda são lidas por trabalharem certos aspectos que são eternos. Tão eternos que podem estar inseridos em um futuro ou realidade distópica em que o mundo foi destruído por um fungo capaz de dominar o cérebro humano e zumbificá-lo.

O mais recente jogo da Naughty Dog é mais do que um jogo com gráficos incríveis em que você pode imergir nesse mundo pós-apocalíptico. The Last of Us II é (mais) uma reinterpretaçao do clássico Moby Dick. O ódio do capitão Ahab contra a violenta cachalote branca narrado pelo marinheiro Ismael foi uma história contada há séculos.

O ódio? A obsessão. A obra Moby Dick, que é o nome da terrível baleia, é uma obra que mostra até onde pode ir o ódio humano e a obsessão por vingança. Ahab não vai descansar até que o animal “solte um jato preto de sangue e boie com as barbatanas para cima”. E ele destrói a sua vida e faz o que for necessário fazer para poder viver esse sentimento que o consome todos os dias.

O jogo começa com um ato de violência. Da história da primeira obra, as primeiras cenas do segundo são o final do primeiro: a fúria do Joel para resgatar Ellie dos médicos que a matariam para fazer uma cura. E assim como a violência da baleia branca incitou a obsessão do capitão Ahab, a violência de Joel incitou a obsessão de Abby, personagem afetada diretamente pela chacina no hospital que aparece logo nas primeiras cenas. E uma lição das duas obras é óbvio: ódio envenena a alma e consome o usuário e, assim como o fungo que destruiu a civilização no jogo, é altamente contagioso.

O capitão Ahab deixa de ser Abby e se tornar Ellie. A jovem franzina se transforma completamente depois do surgimento da Abby na trama. Ver a deterioração da personagem completamente envenenada pelo ódio e tudo que ela foi capaz de fazer e se transformar no meio da trama cabe a você ver. Não vou contar spoilers. Mas como em Moby Dick, o final é surpreendente e deixa claro que vingança é como água salgada. Você pode beber o quanto quiser, você não vai ter a sede saciada.







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