No passado, o Irã teve profícuas relações com os Estados Unidos, pois o governo monárquico apostava em um Irã ocidentalizado. Mas tudo isso mudou radicalmente depois da Revolução Islâmica de 1979. A partir daí, os Estados Unidos passaram a representar o mal personificado.
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As fortes influências americanas na política do Irã pré-Revolução Islâmica gerou um forte sentimento antiamericano. O líder dos xiitas que expulsou o último xá (o rei deles) iraniano trouxe uma abrupta mudança na geopolítica: todos os inimigos do Tio Sam tinham um financiador e alguém para os acolher.
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Vários atritos recentes geraram muitas preocupações. O primeiro desses eventos mais recentes foi a quebra de um Pacto Nuclear que estava em vigor desde 2015. Quando o Irã começou a enriquecer urânio houve um embargo econômico com receio de uma nação islâmica xiita com bombas nucleares. Um pacto foi firmado e o Irã aceitou fiscalizações rotineiras em seus locais de geração de energia para confirmar o uso exclusivamente pacífico. Trump acredita que há usinas subterrâneas que escapam a fiscalização e decidiu se retirar do tratado.
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Outro evento preocupante foi o bombardeio de Israel pelo grupo Hezbollah, que foi comprovadamente financiado pelos iranianos. Uma retaliação ao recente reconhecimento e criação de uma embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, uma cidade que também é sagrada para os islâmicos e está em processo de reconhecimento como capital de Israel, o único Estado na região que não segue a fé em Allah.
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Para fechar com chave de ouro os recentes atritos entre as duas nações, nós tivemos a morte de um general e herói do Irã, Qasem Soleimani. O mais respeitado general foi morto em um bombardeio americano no aeroporto da capital do Iraque, Bagdá. Foi um contragolpe dos Estados Unidos por causa de um ataque a sua embaixada nesse país que deve ter sido articulada em conjunto com o general iraniano.
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Apesar de tudo isso, falar em Terceira Guerra Mundial é loucura. Não há nenhuma simetria de poderes que justifique essa alegação. O que deve acontecer são mais escaramuças contra os americanos e seus aliados no Oriente Médio.
