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Jerusalém é uma cidade sagrada para as três grandes religiões monoteístas atuais: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. E atualmente é palco de uma pesada disputa entre os judeus de Israel e os Islâmicos da palestina.

Desde 1980, Israel considera Jerusalém como sua capital “eterna e indivisível”, vamos lembrar que na Antiguidade a cidade inclusive teve o grande Templo de Salomão. E isso é um problema. O mundo islâmico que rodeia Israel não aceita que uma cidade sagrada para eles – junto com Meca e Medina – seja capital do país judeu. Mas a questão estava em panos mornos, pois internacionalmente se considera Tel Aviv a capital de Israel e não havia reconhecimento internacional das alegações da outra cidade como capital.

Mas o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu esquentar um pouco mais as coisas: ele não somente reconheceu a outra cidade como capital como decidiu transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém. E isso fez com que houvesse retaliação do mundo islâmico. Além de várias disputas e atritos entre palestinos e israelenses, você teve o grupo Hezbollah disparando mísseis contra Israel de dentro do território Palestino. A troca de mísseis durou alguns dias, e foi comprovado o financiamento iraniano, trazendo questões muito maiores e muito mais sérias dentro das disputas geopolíticas do Oriente Médio.

Existe uma proposta antiga de dividir a cidade sagrada em duas e, cada parte, se tornar uma capital de cada um dos lados que está disputando, mas isso está muito longe de ser realidade. Jerusalém é ocupada por Israel e, inclusive, um palestino que queira morar lá precisa de um visto especial e não tem nenhum poder político, sendo um cidadão de segunda categoria.

Atualmente, apesar de todos os esforços internacionais, os palestinos ocupam faixas de território as margens do Estado de Israel e dificilmente poderíamos chamar isso de um país. As fronteiras são policiadas pelo exército judeu, não há nenhum aeroporto e todos que querem ir para a Palestina precisam prestar contas com Israel, que não respeita os limites entre os dois povos, pois está sendo comum que comunidades israelenses comecem a fazer grandes condomínios de luxo e pequenas cidades dentro desse território, tomando-o lenta e gradualmente.

O Brasil e a Questão Palestina

Jair Bolsonaro havia dito quando foi eleito, mas ainda não tinha assumido a presidência, que iria seguir os mesmos passos de Trump e reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A comunidade judaica no Brasil e inclusive o primeiro-ministro isralense, Benjamim Netanyahu, encheram-se de esperança. 

Mas a grande verdade é que o presidente brasileiro falou de forma precipitada e não pode cumprir com sua palavra. O motivo? Econômico. O Brasil é um grande exportador de gado e produtos agrícolas para vários países do Oriente Médio que odeiam ver uma de suas cidades sagradas como capital de um Estado que não é islâmico. O receio de haver represálias contra o Brasil e boicotes dos nossos produtos o fez pensar duas vezes e optar pelo não reconhecimento. Um escritório brasileiro foi colocado em Jerusalém, um mimo de consolação que não quer dizer absolutamente nada em termos políticos.

Mais do que não reconhecer, foram necessárias várias reuniões com os embaixadores dos países islâmicos que são aliados comerciais do Brasil para esclarecer a situação toda. 

De fato, não faz nenhum sentido. Enquanto as políticas isolacionistas e antiliberais do Trump já causaram enormes danos na economia brasileira – vale lembrar o enorme corte de importação do aço brasileiro e da soja – não há nenhum motivo histórico, cultural ou econômico para o Brasil se posicionar dentro dessa querela que envolve grandes aliados comerciais. Não se preocupem, mohameds, vocês podem continuar com sua dieta rica em vacas brasileiras, Jair Bolsonaro voltou atrás e não reconheceu.