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A série do History Channel, Vikings, despertou o público para uma curiosidade sobre a cultura daqueles valentes homens e mulheres que se colocaram em uma aventura oceânica para descobrir, saquear e colonizar outros territórios. Mas por traz da ficção e da narrativa criada, quem, de fato, são os personagens dessa história?

Quem foi o viking Ragnar Lodbrok?

Lodbrok quer dizer “calças peludas”, mas afinal, quem era Ragnar e por que ele é chamado por esse título?

Antes de Björn ficar conhecido como Flanco de Ferro (Järnsida) em sueco por não ter sido atingido pelos inimigos nos ataques mais ousados, ele era Björn Ragnarsson, ou seja, filho de Ragnar. Antes de merecerem títulos, eles eram chamados pelo nome do pai mais a palavea son.

As obras sobre a história de Ragnar e seus sucessores começam com a história de como ele ganhou esse apelido. De acordo com a Saga de Ragnar Lodbrok, ele tinha apenas 15 invernos quando enfrentou um monstro e ganhou a mão da mais belas das mulheres, Thora Bogarhjört.

Havia um poderoso earl em Gotland, o pai da mais bela das mulheres. Quando Thora era apenas uma criança, o pai decidiu presenteá-la com uma cobra belíssima e muito pequena, inofensiva mesmo para uma criança.

Eles criavam a cobra dentro de uma caixa de madeira e colocaram uma pepita de ouro sobre a tampa para que a cobra não fugisse. Mas a cobra cresceu rapidamente e com a mesma velocidade a pepita de ouro que era colocada junto dela cresceu. 

O pequeno e belo animal de estimação transformou-se em uma fera que gerou enorme temor no coração dos homens. 

Ninguém ousava chegar próximo do animal cujo tamanho monstruoso compactuava com um hálito tão venenoso que destruía toda a vegetação próxima. Apenas o homem que a alimentava com um boi por dia ousava chegar um pouco mais próximo.

O earl Herrud precisava dar fim a enorme besta que havia criado e prometeu não somente a enorme pepita de ouro que repousava junto com a serpente, mas a mão da belíssima filha para o homem que matasse a criatura. 

Ragnar Sigurdsson, ele ainda não era chamado por Lodbrok, foi ao encontro da serpente. Para se proteger das mordidas e das baforadas venenosas ele resolveu vestir-se com uma roupa de peles e calças peludas.

Então decidiu molhar a roupa, pois o clima congelante iria endurecê-las e ele estaria protegido da fera.

O lendário viking avançou devagar usando vestes peludas, um escudo e uma lança tão grande que poucos homens poderiam manuseá-la. 

A armadura surtiu o efeito esperado e o valente guerreiro estocou duas vezes a lança na fera para matá-la. O Sangue venenoso jorrou sobre os ombros de Ragnar que estava completamente protegido por suas peles endurecidas, e a violência do segundo ataque separou a enorme ponta da lança do seu cabo. 

Ragnar matou a fera sem saber que Thora o espiava. Ele simplesmente foi embora sem as recompensas prometidas pelo earl.

Nos dias seguintes os mensageiros do rei andaram por toda Gotland convocando todos os homens para uma assembleia cujo objetivo era achar o herói que deu fim a vida da enorme serpente e recompensá-lo apropriadamente. 

Ragnar vai ao encontro com suas peles e com o cabo da lança sem a ponta da lança que usara para dar fim a vida da serpente.

Durante a assembleia ele é reconhecido como herói, pois Thora reconhece sua arma e armadura, só então ele ganha o título: Lodbrok, que quer dizer “calças peludas”, em homenagem as roupas que o protegeram das mordidas e jatos venenosos.

Na série da History Channel, Vikings, Ragnar é um humilde fazendeiro e não há versão nas sagas e histórias nórdicas que dê suporte a essa teoria.

Na real, Ragnar seria filho de um grande rei chamado Sigurd, o Anel da Suécia. O casamento com a Lagherta também é um tema sensível. Ela aparece em apenas uma das sagas como uma das mulheres que se uniu a ele na batalha contra um líder para vingar a morte do avô de Ragnar, Sivardo.

A habilidade de Lagherta impressiona Ragnar que para cortejá-la precisa matar um Urso e um cachorro enorme que protegia sua residência. Ragnar tem apenas um filho com ela, Fridleif, e várias filhas cujos nomes não são conhecidos.

Portanto, Não há certeza entre os historiadores se ele realmente existiu. Ele pode ser uma figura puramente mítica como Hércules na cultura grega, e talvez ele seja a romantização de algum grande chefe de guerra nórdico (ou mais de um) como Reginherius, um comandante que foi o capaz de invadir Paris no século IX e ocupou a cidade até receber cerca de 7000 quilos em ouro e prata.

Quem foi Ivar, o Desossado?

Um homem que apesar de ser conhecido como sem-ossos, foi um dos maiores generais vikings na invasão da Inglaterra e, de acordo com as sagas, aquele matou o rei Ella e vingou a morte do pai, Ragnar Lodbrok.

Ivar, que é chamado de Iwar em uma das sagas chamada Gesta Danorum, é geralmente descrito como incapaz de andar. Com exceção dessa saga em que ele é chamado de Desossado por causa da extrema flexibilidade, parecendo que não tem ossos. Ainda há certos estudiosos que acreditam que ele é chamado de Sem-Ossos por causa da extrema magreza, como é descrito nas histórias de Bernard Cornwell, as Crônicas Saxônicas que são um romance histórico. Ainda há a possibilidade dele ter uma doença genética em que os ossos são bem frágeis. Mas a grande maioria das sagas e histórias, Ivar precisa ser levado sobre um escudo no campo de batalha, por não conseguir andar sozinho.

A culpa do problema físico de Ivar, o Desossado, é do pai, que desobedeceu uma visão que sua esposa, Áslaug, teve. Depois de um longo tempo sem se verem, Áslaug avisa que eles não podem ter intimidade durante três dias ou nascerá uma criatura monstruosa. Nove meses depois nasce Ivar com as pernas atrofiadas.

Sua incapacidade física não quer dizer nada. Ele, junto com irmãos Halfdan e Uba, lidera o chamado Grande Exército Pagão. Embora fossem naturalmente descentralizados, esse exército juntou um enorme número de vikings das atuais Dinamarca e Suécia para invadir a Inglaterra. Eles derrotam três reinos inteiros e só encontram resistência para tomar o sul da Inglaterra, na época o reino de Wessex.

Apesar de não conhecermos os números, todas as fontes da época falam do espanto e do horror que um exército viking daquela proporção causou em todas as partes que eram vistos ou ouvidos. Tomaram cavalos em troca de paz, sem nem precisar levantar as armas, no reino da Ânglia Oriental, um dos reinos que compunham a Inglaterra. Partiram para o norte para tomar York, uma fortaleza que datava da época dos romanos e era usado como um entreposto comercial. Estabelecidos em York, passaram a atacar os demais reinos tomando e matando (ou transformando em fantoches) os reis da Nortúmbria, Mércia e Ânglia Oriental.

As lutas contra Wessex tiveram fim quando o rei Alfredo venceu o viking Guthrum na Batalha de Ethandun e um acordo foi feito e criado fronteiras colocando os vikings mais para o norte e leste da ilha.

A motivação que o Grande Exército Pagão buscava vingar a morte de Ragnar é incerta, pois a existência de Ragnar é incerta. É verdade que Ivar proclamava ser filho de Ivar, mas nessa época era comum que grandes líderes alegassem ser filhos de lendas ou deuses. Não quer dizer nada. O fato é que o Grande Exército Pagão devastou a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda, criando não somente invasões, mas colônias vikings por toda a ilha.

O Sem- Ossos é agora citado poucas vezes, sabendo-se que era um grande líder do “novo mundo” viking estabelecido na Inglaterra, sabe-se que ele mandou decapitar Edmundo I, um rei rebelde que tentou atacar e expulsar os invasores. Não há nenhum relato que diga quando e de que forma o Desossado morre.

Apesar de não haver certeza se são o mesmo personagem, na mesma época um Ivar governou o Reino Nórdico de Dublim, um importante enclave nórdico-gaélico e entreposto comercial que foi governado por homens de origem escandinava até se adaptarem e se misturarem aos gaélicos no reinado de Maell Mac Domnaill.

O Anais da Irlanda relata o fim da vida daquele Ivar que pode ter sido nosso Ivar e que governou a Irlanda no final da sua vida. De acordo com essa fonte, ele veio a falecer em 873 e isso foi muito bem documentado, pois vários padres e monges agradeceram aos céus pelo ocorrido. Escavações feitas no século XVII supostamente encontraram seus restos mortais e algo aterrador: Ivar pode ter medido mais de 2 metros de altura.

A série talvez, nunca saberemos, exagere na capacidade física de Ivar em vencer os inimigos. Mas é inegável os seus êxitos militares e inteligência. Seja ou não capaz de vencer inúmeros homens apesar da sua incapacidade de andar, com certeza ele foi um dos líderes mais inteligentes e estrategistas que existiu entre os vikings e uma peça fundamental para entendermos não somente os triunfos do seu povo escandinavo na Inglaterra, mas também para entendermos a História da Formação da Europa que conta com muita participação desses povos que além de saquear e pilhar, fundaram colônias por onde passavam e criaram fluxos comerciais em todo o mundo.

Quem foi a princesa Áslaug?

Quem, de fato, é Áslaug? De fato ela foi assassinada pela ex-esposa vingativa de Ragnar? Ela é mãe dos poderosos filhos de Ragnar?

As figuras de Ragnar e Áslaug são nebulosas: o casal aparece em meio a três histórias dinamarquesas conhecidas e posteriores a conhecida Era Viking. Das quatro histórias e sagas que temos sobre Ragnar, Áslaug está em três.

A obra que melhor descreve sua vida é a primeira. Áslaug é filha de Sigurd, o maior herói escandinavo. 

Após a morte dos pais, assassinados por outra família nobre, ela foi criada pelo rei Heimer que foge fingindo ser um mendigo. 

Ele passa a viajar com a menina escondida dentro de uma grande harpa, mas logo é descoberta. Na jornada dos dois, o rei-mendigo acaba dormindo na casa de umas pessoas pobres, e quando os anfitriões descobrem que há riqueza na harpa, eles decidem matar Heimer.

Áslaug é descoberta junto com os tesouros dentro da harpa e passa a ser criada nessa casa. Como ela é extremamente bela e eles são de aparência comum, eles não deixam que ela se banhe ou exiba os cabelos, para não levantar suspeitas. Nesse período ela é chamada de Kráka.

Ragnar Lodbrok está em suas vitoriosas expedições quando embarca no litoral próximo da fazenda do casal que criou a filha do matador de dragões. Ao avistar os homens e os barcos, Kráka se banha e solta o cabelo. Não tarda de ser avistada pelos companheiros de viagem de Ragnar. Eles falam da visão da mulher mais bela para o viúvo Ragnar que se interessa e manda mensageiros. Ele exige – buscando ver se a moça era tão esperta quanto bela – que ela não venha nem vestida e nem nua, nem sozinha e nem acompanhada, e nem satisfeita nem em jejum. Áslaug se veste com uma rede e faz com que seus longos e belos cabelos escondam suas partes intímas, se alimenta de um alho para que seu hálito mostre que ela não está alimentada, mas não está de jejum, e sai acompanhada de um cão para que não esteja sozinha, mas também não esteja na companhia de outra pessoa.

Áslaug se torna a segunda esposa de Ragnar e eles possuem quatro filhos: Ivar, Bjorn, Hvitserk e Sigurd. Ragnar tem mais dois filhos do primeiro casamento com Thora: Agnar e Erik. Essa ordem de casamento e filhos só muda na saga em que a Lagherta aparece onde a primeira esposa de Ragnar é Lagherta e a segunda esposa é Thora. Os filhos de Ragnar são lendários: assim como o pai, eles devastam seus inimigos e se tornam líderes impressionantes. 

Áslaug retoma seu nome de batismo depois de se casar com Ragnar, mas em outra aventura irá tomar outro nome para si: Randalín. Agnar e Erik atacam um poderoso rei da Suécia, o rei Eystein. Eystein possui uma poderoso exército e uma forte feitiçaria: sua vaca Sibilja que além do tamanho e dos chifres, possui um mugido que leva os homens a loucura. Agnar morre durante o combate junto com seus homens que acabam atacando uns aos outros ao ouvir o som enlouquecedor da vaca do rei. É dada a chance a Erik para que ele fique vivo, mas ele nega. Ele pede para que as lanças sejam fincadas ao chão formando uma espécie de cama e se arremessa sobre elas. Ao saber do destino dos filhos de Ragnar com a primeira esposa, Áslaug exige que seus filhos vinguem os irmãos e ela mesmo parte por terra com 1500 cavaleiros. Neste momento a rainha-guerreira torna-se Randalín.

A última participação da rainha nas histórias de Ragnar e seus filhos é de pouco antes da morte do lendário Lodbrok. Com inveja do enorme sucesso dos filhos e buscando superá-los, Ragnar parte para a Inglaterra com apenas dois navios mercantes de soldados. Conquistar aquela terra com poucos homens seria um feito que ultrapassaria os feitos dos filhos. Preocupada com o seu marido, Aslaug faz uma roupa para protegê-lo.

Os poucos homens enviados a Inglaterra são esmagados pelo vasto exército do rei inglês Aella da Northumbria. Durante todo o combate o aço das espadas não encosta no protegido rei escandinavo que é capturado e arremessado em um poço com serpentes. Nesse momento as serpentes começam a picá-lo e ele faz seu último discurso que contém o nome da companheira e mãe daqueles que virão desenhar a águia nas costas do seu executor:

“Logo virão os filhos de Áslaug,

Armados com suas flamejantes armas,

Para o despertar da batalha,

Quando souberem de nosso infortúnio;

Tamanho o enxame de víboras,

Inchadas com veneno, ferroam meu corpo;

Busquei uma nobre mãe para meus filhos,

Uma que possa dar corações aventureiros

Para a nossa posteridade.”

Quem foi Bjorn Ironside?

Ao contrário do que é mostrado na série Vikings, Bjorn é filho de Áslaug. Não é o filho mais velho de Ragnar, esses seriam os filhos com Thora, Agnar e Erik. E, sem sombra de dúvidas, foi o filho mais famoso e mais poderoso entre os filhos de Ragnar.

As disputas entre os irmãos na série Vikings não é verdadeira: os filhos de Ragnar eram, na verdade, bem unidos e constantemente se ajudavam em seus projetos. Inclusive os filhos de Áslaug (Bjorn, Ivar, Halfdan, Hvitserk e Sigurd) vingaram a morte dos filhos do primeiro casamento do pai.

Seu título, Ironside, que quer dizer “flanco de ferro” foi dado por suas proezas em campo de batalha. Todos alegavam que ele era favorecido pelos deuses e que nenhuma arma inimiga tocava em seu corpo. Nas sagas, essa invencibilidade foi conquistada a partir de uma poção mágica que sua mãe o preparou.

Assim como seus outros irmãos, ele participou das lendárias invasões à Inglaterra no século IX, as sagas do lendário Ragnar colocam essas invasões como uma vingança contra o rei da Nortúmbria, Ella, que teria assassinado Ragnar ao jogá-lo em um buraco cheio de serpentes venenosas. A liderança do Grande Exército Pagão, os vikings da Suécia e Dinamarca que se juntaram para vingar a morte do seu rei Ragnar, é incontestavelmente liderado por Ivar. Bjorn é de longe o guerreiro mais feroz e destemido, mas não há líder mais inteligente que seu irmão aleijado.

A conquista de boa parte das ilhas britânicas, com exceção do reino mais ao sul da Inglaterra, Wessex, fez com que a maioria dos irmãos e filhos de Ragnar voltassem para outras atividades. Ivar governa o “novo mundo” viking e Bjorn decide que há mais terras para saquear, pilhar e conhecer. As notícias de uma rica cidade chamada Roma inspiravam seu instinto viking de pilhagem e colonização.

A Frankia – atual França – já era conhecida. E as explorações do Ironside começariam aí. A série Vikings coloca na conta do pai o feito notável para atravessar as grossas muralhas de Paris. Ragnar teria fingido sua própria morte e, nesse processo, o moribundo teria se convertido ao cristianismo e, inclusive, recebido o batismo. Com a sua morte, entrou em Paris junto com uma guarda dentro de um caixão para ser enterrado na catedral da cidade. Na verdade, estava vivo e saiu do caixão e pegou reféns importantes para forçarem abrir os portões da cidade e deixar as hordas vikings entrarem. Bem, nas sagas o autor dessa façanha é Bjorn. E não foi em Paris, mas na cidade italiana de Luna.

As invasões continuam pelo litoral e depois da Frankia, ele chega na região onde hoje é a Espanha. No califado islâmico que existia nessa região nessa época, ele travou inúmeras batalhas e pilhou inúmeras cidades e capturou inúmeros escravos.

Ele atravessou o chamado Estreito de Gilbratar (que separa a Europa da África) e chegou até o sul da Itália e a Sicília, onde sua fama, riqueza e escravos cresceu abundantemente.

Depois de conquistar a cidade de Pisa, ele marchou com seu exército para a cidade de Luna, que ele achava que se tratava de Roma, e fingiu sua morte para fazer com que as tropas conseguissem entrar nas muralhas sem haver grande resistência. Depois de vencer e saquear Luna, eles voltaram para a Escandinávia.

Bjorn é conhecido por ser famoso em duas frentes: ele foi um rei poderoso da Suécia e, mais do que isso, um explorador que criou laços do mundo viking com partes do mundo distantes como o sul da Itália e regiões da Espanha.

Os seus embates contra os islâmicos que dominavam largas porções da Espanha no século IX e entre os cristãos do Sul da Itália fez com que ele se tornasse um viking muito famoso e legitimasse ainda mais sua fama de favorecido pelos deuses. Inúmeras foram as cidades saqueadas, os escravos conquistados e as riquezas adquiridas.

De volta a sua terra natal, o rico e famoso Bjorn decidiu que as conquistas continuariam, mas agora seriam na Escandinávia. Ele, com a ajuda dos irmãos, conquistou a Zelândia, Jutlândia, Olândia e várias ilhas na Suécia e da Noruega.

Não, não há certeza que Ragnar existiu e é muito provável que ele seja uma figura mítica ou seja o exagero de vários líderes que foram unificados em uma única imagem. Não era incomum que grandes líderes, como o rei Bjorn, alegassem descender de figuras lendárias ou mesmo deuses. E também não é incomum que escritores posteriormente “criassem” essas linhagens míticas para grandes líderes.

Bjorn, a figura histórica, morreu como um grande rei e conquistador, e deu origem a uma linhagem poderosa na história dos vikings: o rei Erik Bjornsson, um dos reis mais importantes da história da Suécia, e Refil, conhecido como Rei dos Mares, e cujos filhos foram também reis da Suécia. Bjorn fundou a Casa de Munsö, a Dinastia do Ironside.

Quem foi Lagherta?

Lagherta é uma das principais protagonistas da série Vikings do History Channel, mas não é unanimidade nas sagas e histórias que contam a história do lendário Ragnar Lodbrok. Na verdade, ela aparece apenas em uma saga, a Gesta Danorum.

Ao contrário da maioria das personagens retratadas aqui que são suecos ou dinamarqueses, Lagherta é da região onde hoje é a Noruega. E tudo começa quando um poderoso viking chamado Fro invade sua região, mata o antigo rei e transforma as mulheres da família do chefe vencido em prostitutas.

A história de Ragnar e de Lagherta se misturam quando Ragnar desembarca na cidade para matar e vencer Fro, o mesmo earl que tinha prostituído as mulheres da antiga família dominante e tinha assassinado o avô de Ragnar, Sivardo. A vingança contra a morte do seu antepassado colocou-o no destino de Lagherta.

Não é incomum que mulheres sejam grandes guerreiras nas sagas e histórias vikings, e, com certeza, Lagherta é uma dessas grandes mulheres. Humilhada diante do que aconteceu, ela e as outras mulheres se vestiram de homens e se juntaram ao acampamento de Ragnar que iria enfrentar Fro.

A destreza e ferocidade de Lagherta em campo de batalha chama a atenção de todos e, inclusive, do lendário Ragnar. Depois de uma longa batalha contra o earl, as mulheres acabam dizendo quem realmente são e Ragnar está encantado com a habilidade da jovem norueguesa que lutava como uma valquíria.

Saxo Grammaticus conta que quando Ragnar foi a casa da guerreira pedir sua mão em casamento, ele teve que passar por dois obstáculos: um urso-pardo e um cachorro enorme guardavam a residência.

Lodbrok mata o urso com sua lança, que fica presa no corpo do animal por causa da enorme violência da estocada, e depois estrangula o enorme cão que guardava a residência. Os atos de violência impressionam Lagherta que aceita-o como seu marido. Nessa versão da história de Ragnar, ela é a sua primeira esposa.

Ragnar e Lagherta tem longos anos felizes como casados e três filhos: Fridleif e duas filhas cujos nomes não são conhecidos. Mas, assim como na série, em dado momento o lendário herói sueco se apaixona por outra mulher, mas na saga que aparece Lagherta, não é Aslaug, mas Thora, filha do rei de Gotland. E essa é uma diferença fundamental. Thora é quase sempre colocada como primeira esposa de Ragnar, mas no única história em que aparece Lagherta, ela seria a primeira esposa. Áslaug também aparece nessa versão da história, mas seria a terceira esposa depois que Thora morre depois de adoecer.

A bela e destemida Lagherta não demora para casar com um grande guerreiro viking norueguês, mas, assim como ocorre na série Vikings, ela continua apaixonado pelo seu primeiro esposo e pai de seus filhos. Não á toa, ela manda 120 navios carregados dos mais bravos vikings da Noruega para auxiliar Ragnar em uma guerra civil que posteriormente ele enfrentaria.

E esse auxílio foi a última menção de Lagherta no história dos nórdicos. Assim como o personagem Ragnar, a existência de Lagherta é quase certa como fictícia. Não apenas por aparecer em uma única das histórias, mas porque todas as sagas que deram embasamento para criação desses personagens são fictícias com pingos, aqui e ali, de fatos que realmente aconteceram. Mesmo personagens reais com o Ivar e Bjorn tiveram suas histórias exageradas e cheias de elementos sobrenaturais. Na verdade, alguns historiadores acreditam que a personagem é uma “humanização” de uma deusa nórdica chamada Thorgerd.